FCO-3673

Palaninho

1930

código

FCO-3673

Número CR

171

dimensões

19.5 x 13 cm

Tipo de Obra

Desenho

Técnica

grafite

Suporte

papel

Informações Gerais

Título
Palaninho
Descrição
Composição em preto e branco. Linhas rápidas de contorno. Composição representando homem sentado quase de corpo inteiro, ocupando a quase totalidade da área do suporte, contra fundo sugerindo paisagem. A figura está de frente. Tem o rosto alongado, com traços fisionômicos bem marcados. O tronco está ligeiramente inclinado para a direita, o braço esquerdo está dobrado com mão fechada próxima ao pescoço e o braço direito está esticado com mão apoiada sobre o colo. A figura sugere estar sentada sobre um banco, ao ar livre, vendo-se ao fundo, à direita, sugestão de morro e árvore e, à esquerda, linha do horizonte.
Local de Produção
Observações Históricas
Em julho de 1930 Portinari escreve a Rosalita Mendes de Almeida, sua grande amiga e colega na Escola Nacional de Belas Artes / ENBA, a carta que ficou conhecida como a “Carta do Palaninho”, verdadeira declaração de intenções na qual surge com toda a sua força o Brasil que toca o artista e que ele pretende retratar no seu regresso. Ao longo da carta, o artista descreve o Palaninho e sua família, gente simples e típica da roça: “... Palaninho é da minha terra, de Brodowski. Palaninho é baixo, muito magro com a cara mole esbranquiçado pelo amarelão; tem o aspecto duma criança seca e doente. Ele não tem expressão, mas a gente olhando para ele vê que é o Palaninho. Vê que é o Palaninho porque ele tem o bigode empoeirado e ralo e com algumas falhas; e só tem um dente. Usa umas calças brancas feitas de saco de farinha de trigo cheia de remendos escuros de pano listrado; ainda se nota o carimbo da marca da farinha. Embaixo ele amarra as calças com palha de milho para não apanhar lama não usa botina dia de semana. Aos domingos ele vai à missa com calça feita do mesmo pano e passada a ferro ao contrário. Usa paletó escuro listado com uma golinha muito pequena e quatro botões: três pretos e um branco. Palaninho vai calçado de botinas de elástico ele fura um buraco no lado do joanete. As calças ficam engastadas nas botinas. Só usa colarinho, não se ajeita com gravata. Palaninho é beira corgo e dono dum sítio. Ele diz uma porção de coisas geniais que eu não sou capaz de escrever só sei arremedá-lo. O Palaninho é muito engraçado; honesto por necessidade, acredita em Deus e em todos os santos porque tem medo; às vezes mente. É casado com a Biela, uma mulher muito alta, magra e aloirada que usa dentadura postiça que custou oitocentos mil réis, ela diz a todo mundo. Tem cabelos compridos e coque. Saem do pescoço umas penugens compridas encaracoladas. Usa uma blusa fechada até em cima e governa o Palaninho. Vim conhecer aqui em Paris o Palaninho, depois de ter visto tantos museus e tantos castelos e tanta gente civilizada. Aí no Brasil eu nunca pensei no Palaninho” [CO 4545].
Observações gerais
Obra executada pelo artista em Paris, após ganhar o Prêmio de Viagem ao exterior. Além desta obra, o artista executou dois nus [FCO 2635, FCO 3833], três naturezas-mortas [FCO 63, FCO 901, FCO 2867], um autorretrato [FCO 3156], um retrato [FCO 5218] e dois outros desenhos [FCO 2514, FCO 2515]

Descritores

Relações

Evento relacionado2
Documento relacionado18

Técnica e Suporte

Tipo de Obra
DesenhoTipo de Obra
Técnica
grafiteTipo de Técnica
Suporte
papelTipo de Suporte

Dimensões

Altura (cm)
19.5
Largura (cm)
13

Assinatura e Anotações

Assinatura (transcrição)
Sem assinatura
Inscrição Artista
Datada na inscrição na margem inferior à esquerda “Paris 930”. Na margem inferior à direita “Palanin”
Inscrição Família
No verso, inscrição de Maria Portinari “desenho de autoria de Candido Portinari, autenticado por Maria Victoria Portinari”.

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